Os quatro investigados na "Operação Houdini"
da Polícia Civil em Araxá, Alto Paranaíba, deixaram a prisão nesta sexta-feira
(14) após o vencimento do prazo de prisão temporária, que foi prorrogada por
três dias na terça-feira (11). A operação, que cumpriu mandados de prisão no dia
6 de julho, investiga desvio de recursos públicos no Conselho de Participação e
Integração da Comunidade Afro-Brasileira (Coafro).
Na tarde desta sexta-feira, os
delegados responsáveis pela investigação, Renato Alcino Vieira e Vitor Hugo
Heisler, disseram, em entrevista coletiva, que o volume de recursos desviados
por membros da instituição, pode chegar à totalidade da verba recebida pela
instituição em 2014.
“A forma de atuar não era única. A
principal delas era por meio de emissão de notas fiscais ideologicamente
falsas. Nós comprovamos que três empresas emitiram notas e não prestaram o
serviço, não venderam materiais para a Coafro. Esses recursos nós comprovamos
que foram desviados para a conta dos membros da entidade”, ressaltou o delegado
Renato Alcino Vieira.
Notas frias
Uma mulher de 41 anos, dois homens,
de 36 e 51 anos, e um idoso, de 63, foram encaminhados ao presídio de Araxá na
última quinta-feira (6) depois que a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão e
de busca e apreensão em Uberlândia. Batizada de "Operação Houdini", a
investigação aponta que os detidos estavam envolvidos em um esquema que
fraudava notas fiscais para prestar contas sobre recursos repassados pela
Prefeitura para a Coafro.
Inicialmente, um dos detidos disse ter seguido orientações da prefeitura na
emissão de notas fiscais frias, mas,
em acareação na quarta-feira (12) entre os quatro investigados e servidores que
atuavam no setor de convênios do município à época, mudou a versão.
Ele disse que, na verdade, foi orientado pela prefeitura sobre a possibilidade
de terceirizar a contratação de funcionários.
Apuração
Na coletiva, Vieira detalhou qual
seria o papel de cada investigado no desvio de recursos públicos.
“Identificamos que um dos membros do conselho, que era também servidor público,
realizava a articulação para a aprovação dos projetos. O presidente do conselho
era um articulador que, de certa forma, buscou apoio de comerciantes para
receber notas fiscais frias. Tem os comerciantes que facilitaram isso",
afirmou Vieira.
A Polícia Civil informou ainda que a
prefeitura está fazendo uma tomada de contas especial referente ao período e
que esse trabalho deve contribuir para as apurações de possíveis
irregularidades em outras instituições. “Constatado algum [novo] indício, será
levado para nós, mas nós também estamos fazendo a nossa investigação.
Constatando algo de errado, essas pessoas serão também indiciadas”, disse o
delegado regional de Araxá, Vitor Hugo Heisler.
Fonte: G1
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