segunda-feira, 17 de julho de 2017

Investigados da 'Operação Houdini' deixam prisão em Araxá

Os quatro investigados na "Operação Houdini" da Polícia Civil em Araxá, Alto Paranaíba, deixaram a prisão nesta sexta-feira (14) após o vencimento do prazo de prisão temporária, que foi prorrogada por três dias na terça-feira (11). A operação, que cumpriu mandados de prisão no dia 6 de julho, investiga desvio de recursos públicos no Conselho de Participação e Integração da Comunidade Afro-Brasileira (Coafro).


Na tarde desta sexta-feira, os delegados responsáveis pela investigação, Renato Alcino Vieira e Vitor Hugo Heisler, disseram, em entrevista coletiva, que o volume de recursos desviados por membros da instituição, pode chegar à totalidade da verba recebida pela instituição em 2014.
“A forma de atuar não era única. A principal delas era por meio de emissão de notas fiscais ideologicamente falsas. Nós comprovamos que três empresas emitiram notas e não prestaram o serviço, não venderam materiais para a Coafro. Esses recursos nós comprovamos que foram desviados para a conta dos membros da entidade”, ressaltou o delegado Renato Alcino Vieira.

Notas frias

Uma mulher de 41 anos, dois homens, de 36 e 51 anos, e um idoso, de 63, foram encaminhados ao presídio de Araxá na última quinta-feira (6) depois que a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em Uberlândia. Batizada de "Operação Houdini", a investigação aponta que os detidos estavam envolvidos em um esquema que fraudava notas fiscais para prestar contas sobre recursos repassados pela Prefeitura para a Coafro.

Inicialmente, um dos detidos disse ter seguido orientações da prefeitura na emissão de notas fiscais frias, mas, em acareação na quarta-feira (12) entre os quatro investigados e servidores que atuavam no setor de convênios do município à época, mudou a versão. Ele disse que, na verdade, foi orientado pela prefeitura sobre a possibilidade de terceirizar a contratação de funcionários.

Apuração

Na coletiva, Vieira detalhou qual seria o papel de cada investigado no desvio de recursos públicos. “Identificamos que um dos membros do conselho, que era também servidor público, realizava a articulação para a aprovação dos projetos. O presidente do conselho era um articulador que, de certa forma, buscou apoio de comerciantes para receber notas fiscais frias. Tem os comerciantes que facilitaram isso", afirmou Vieira.
A Polícia Civil informou ainda que a prefeitura está fazendo uma tomada de contas especial referente ao período e que esse trabalho deve contribuir para as apurações de possíveis irregularidades em outras instituições. “Constatado algum [novo] indício, será levado para nós, mas nós também estamos fazendo a nossa investigação. Constatando algo de errado, essas pessoas serão também indiciadas”, disse o delegado regional de Araxá, Vitor Hugo Heisler.

Fonte: G1

Nenhum comentário:

.

 

clicRBS

Últimas notícias

Carregando...