O tempo seco propicia a proliferação de doenças infecto contagiosas, como a hantavirose. Segundo a Superintendência Regional de Saúde (SRS Uberaba) neste ano já foram notificados sete casos de hantavirose. Os dados estão no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). De acordo com o supervisor de endemias da SRS Uberaba, Clênio Franco Borges, “a microrregião de Araxá, onde se encontram os municípios com casos confirmados, é endêmica para hantavirose devido à grande presença do roedor Bolonis Lasiurus, reservatório do vírus”, informa.
O tempo excessivamente seco propicia a formação de poeira, que se mistura com urina e fezes de rato. São consideradas normais casos de hantavirose nesta época do ano, pois é quando os roedores silvestres saem em busca de alimento, já que diminui a comida no campo. “Os sintomas da doença são cardiorrespiratórios e pessoas com febre e tosse seca a mais de sete dias devem procurar atendimento médico com urgência, especialmente se vivem ou estiveram na zona rural. Pessoas que vão à zona rural esporadicamente e adentram edificações que estiveram por longos períodos fechadas, devem saber que o vírus encontra-se na poeira, em condição aerossol, deixada pela saliva e dejetos dos roedores silvestres. Antes de adentrar no ambiente, deve-se abri-lo e areja-lo bastante, permitindo a entrada de luz e sol. Jamais deve-se varrer o solo sem antes umedecê-lo”, orienta Borges. As pessoas também devem tomar cuidado na hora de armazenar alimentos, para evitar a aproximação de ratos, além de fazerem limpeza em imóveis fechados na zona rural com água sanitária ou matéria de limpeza, como detergentes. Vale lembrar que em 2017, 14 casos notificados, sendo dois confirmados em Campos Altos, dos quais um evoluiu para óbito. Já em 2018 foram notificados 13 casos na macrorregião Triângulo Sul, sendo 1 confirmado em Ibiá, que é macrorregião de Araxá.
Hantavirose – A hantavirose é causada por um vírus transmitido por ratos do campo que vivem em matas e capineiras na zona rural, podendo ser transmitida ao se respirar poeira de fezes, urina e saliva de animais infectados. Os primeiros casos da hantavirose foram registrados em Minas Gerais em 1998 e no Brasil em 1993, em São Paulo. Nas Américas, a doença se manifesta por síndrome pulmonar, enquanto na Ásia acontecem mais casos de síndrome renal. Os principais sintomas são febre, dor de cabeça forte, dores musculares, principalmente, nas costas, falta de ar, tosse seca, náusea e vômito. Como esses sintomas são comuns também a outras doenças, a Secretaria de Estado de Saúde alerta que se a pessoa estiver na área rural e apresentar esses sintomas deve imediatamente procurar uma unidade de saúde, já que a hantavirose pode levar à morte.
Fonte: Jornal de Uberaba
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