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quarta-feira, 1 de julho de 2015

Educadora se solidariza e dá máquina de braile para menina cega em Araxá

O espírito de solidariedade deixou muita gente emocionada em uma escola de Araxá, no Alto Paranaíba. Isso porque a estudante Yasmin de Castro Rosa Silva, de seis anos, que ficou cega pouco depois de nascer e precisava de uma máquina para melhorar a escrita, acabou sendo presenteada.

Estudantes do colégio da menina chegaram a fazer uma rifa para ajudá-la, mas o presente veio antes. Nesta terça-feira (30), Débora Benencase Eggert doou a máquina a máquina de braile e disse que o sentimento de poder ajudar alguém é como uma benção.
Yasmin nasceu sem as pálpebras e teve os dois olhos perfurados em uma cirurgia de tentativa de correção, aos sete dias de vida. A estudante usa próteses e segundo a mãe dela, Elbe Raquel de Castro Rosa, a cada dois anos é necessário trocá-las e o custo é alto. Ainda de acordo com a mãe, a estudante também teve má formação na face, e são necessárias cirurgias de correção.
Segundo Débora, que é educadora e avó de uma amiguinha de Yasmin, a paixão pela menina começou quando ela e a neta, Ester, ficaram amigas. “A Ester começou na escola e a primeira amiga que ela fez foi a Yasmin. Isso muito a ajudou a se adaptar. Quando eu tomei conhecimento da deficiência da Yasmin, eu senti necessidade de ajudar e agora surgiu a oportunidade. Eles fizeram uma rifa, eles ajudaram daqui e eu de lá. Doei a máquina para a Yasmin e o dinheiro arrecadado a mãe poderá pagar os tratamentos”.
Muito emocionada, a educadora não escondeu que a felicidade de Yasmin reflete nela. “Hoje eu estou muito feliz, me sentindo abençoada por ter conseguido proporcionar outra benção para uma menina. Essa máquina você vai ter como usar até na faculdade. Agora, eu adotei Yasmin como neta do coração, não tem jeito”.
A menina também não esquecerá a atitude da avó da amiga, já que agora ela terá a chance de poder acompanhar a turma. “Escrever com a régua doía as mãos. Agora vai ser mais fácil. Eu quero escrever meu nome e muitas outras coisas. Muito obrigada à Débora e um beijo para Ester. Eu vou ficar muito rápida”.
A mãe Elbe contou que, com o dinheiro arrecadado com a rifa, irá trocar as próteses da criança e cuidar do tratamento dela. “Além das próteses que ela troca a cada dois anos, ela faz acompanhamento em São Paulo, devido à má formação que ela teve na face. Eu também tenho um custo indo a médicos e eu fico nessas viagens. Agora temos esse dinheiro na poupança que vai ajudar bastante”.
Yasmin na escola
A coordenadora de Inclusão da escola em que Yasmin estuda, Doraildes da Silva, disse que ela acompanha bem a turma e apenas na escrita tinha dificuldade. “A diferença dela nunca causou sentimento de inferioridade, pelo contrário, ela encaminha muito bem a turma, é muito sociável. Só na questão da escrita que existia uma dificuldade, mas agora ela vai escrever praticamente no mesmo ritmo ou até mais rápido que os colegas”.
Ela contou que a menina não se adaptou muito bem à reglete, régua utilizada na escrita do braile. “Até então, a Yasmim usava a reglete e cansava facilmente. A professora transcrevia a fala dela. Ela vai ficar bem desenvolvida na escrita, porque no restante ela está muito bem”.
A estudante é muito querida pelos colegas de sala. Sofie Miranda Silva, é uma delas. Aos seis anos ela se emocionou ao falar da amiga. “A Yasmim é muito minha amiga, eu gosto muito dela. A diferença dela não faz nenhum sentido para a gente, porque ela é a mesma pessoa, escreve e faz tudo que a gente faz. Eu sempre vou ser amiga dela”.

Fonte: G1

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