O aumento na quantidade de pessoas utilizando espaços públicos como moradia culminou no reforço das medidas de abordagem social desenvolvidas pela Prefeitura Municipal de Araxá. A implantação do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) teve início com um mutirão de ações realizadas nesta semana. O trabalho tem como objetivo um diagnóstico sobre os destinos e objetivos almejados pelas pessoas em situação de rua. As ações são realizadas em conjunto com o Serviço de Atendimento ao Migrante (SAM), em uma parceria firmada com as Obras Assistenciais do Caminheiros do Bem.
A secretária de Ação e Promoção Social, Lídia Jordão, destaca que o serviço já se encontra em desenvolvimento e deverá ser aperfeiçoado com a maior brevidade. O projeto auxilia no fornecimento de passagem aos andarilhos, ou no encaminhamento para a Casa Transitória, onde a permanência é de três dias com direito a alimentação, dormitório e condições gerais de higiene. Todas as ações são realizadas por psicólogos e assistentes sociais. “É muito importante que as pessoas, independentemente da sua vulnerabilidade, tenham dignidade e sejam protegidas socialmente”, reforça Lídia.
O coordenador técnico do Serviço Especializado de Abordagem Social, Pedro Ganime, detalha que uma equipe técnica trabalhará diariamente para a inserção dessas pessoas nos serviços do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), nos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) ou Núcleos de Convivência e Fortalecimento de Vínculo. “As ações de abordagem serão realizadas de forma contínua com educadores sociais, que farão buscas nos espaços públicos ocupados; e com uma equipe técnica, que trabalhará na realização de encaminhamentos e articulação com outras políticas públicas em vigor em Araxá”, afirma o coordenador técnico.
A assistente social, Daniani Vaz, destaca a para o êxito do trabalho social desenvolvido com os moradores em situação de rua é importante que a população contribua evitando esmolas. “O desemprego é uma questão que dizem estar complicada e uns pedem para retornar para cidade de origem. Eles também relatam que não passam necessidades, pois sempre têm doação de cobertores, roupas e alimentos na cidade. Isso dificulta o nosso trabalho, pois eles decidem ficar mais nas ruas de Araxá e já acostumaram com esse tipo de vida. Essa abordagem social não é para tirar o problema de Araxá e jogar para cidades vizinhas, nós queremos é averiguar o problema de cada morador em situação de rua e dar resolutividade”, ressalta a assistente social.
Reincidência
O Serviço de Atendimento ao Migrante auxilia no fornecimento de passagem aos andarilhos, ou no encaminhamento para a Casa Transitória, onde a permanência é de três dias com direito a alimentação, dormitório e condições gerais de higiene. E, também, dispõe de sala de atendimento no Terminal Rodoviário e desempenha importante papel na abordagem social. De acordo com o coordenador, José Manoel Rios, durante o primeiro quadrimestre foram oferecidas cerca de 300 passagens. Ele aponta que o problema se tornou ciclo pelo fato dos andarilhos retornarem em breve período para o município.
“Percebemos, durante as abordagens realizadas, que a maioria vem em busca de trabalho e, por não ter uma mão de obra qualificada, acaba caindo na ociosidade. Através do cadastro que fazemos no atendimento a essas pessoas, notamos que grande parte retorna para Araxá no período de um a um ano e meio. Em torno de 10 a 20% tem retornado com menos de cinco meses, ou seja, há uma reincidência em períodos curtos. Com o trabalho conjunto com o Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) esperamos reduzir esse índice”, destaca José Manoel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário